Lula deve anunciar até amanhã Simone Tebet no Ministério do Desenvolvimento Social, Nísia Trindade na Saúde e Josué Gomes, na Indústria
Por Paulo Donizetti de Souza, da RBA
São Paulo – O deputado federal eleito Luiz Marinho (PT-SP) será o novo ministro do Trabalho e Emprego. Pessoas próximas ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva confirmam o convite feito há alguns dias. A indicação teria passado ainda por integrantes da equipe da transição e contaria também o apoio das centrais sindicais, que têm três representantes no grupo do Trabalho no Gabinete da Transição. Aceito o convite, voltará a figurar em um ministério de Lula em seu terceiro mandato.
Marinho é presidente do PT no estado de São Paulo e já foi ministro de Lula entre 2005 e 2008. Primeiro no mesmo MTE, depois da Previdência Social. Deixou o governo para se eleger prefeito de São Bernardo do Campo por duas gestões (2009-2016). Antes, presidiu o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e a CUT. Na eleição deste ano, obteve 156 mil votos para deputado federal. Uma vez confirmada sua nomeação, o primeiro suplente da federação PT-PCdoB-PV, Orlando Silva (PCdoB), ganha vaga para um novo mandato na Câmara.
No governo Bolsonaro, Trabalho e Previdência começaram como secretarias subordinadas ao Ministério da Economia. No decorrer da gestão, foi desmembrado Nos governos de Lula e Dilma, Ministério do Trabalho e Emprego e Ministério da Previdência era pastas autônomas.
Outras indicações
Além de Marinho, outras indicações para o futuro ministério de Lula devem ser anunciadas entre hoje e amanhã (15). Uma delas, a da senadora Simone Tebet (MDB-MS) para a pasta do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. A senadora foi terceira colocada na eleição presidencial e teve participação efetiva na campanha de Lula no segundo turno.
O Ministério da Saúde, maior orçamento do Executivo e uma das áreas mais abaladas pela gestão Bolsonaro, pode ser comandado por uma mulher. Justamente a primeira mulher a presidir a Fundação Oswaldo Cruz, a socióloga e pesquisadora Nísia Trindade, 64 anos, também está próxima de ser a primeira ministra da saúde.
Sob a gestão de Nísia Trindade, a Fiocruz liderou o combate à pandemia de covid-19 no Brasil e teve reconhecimento mundial pela OMS. Foi responsável pela criação do Observatório Covid-19, rede transdisciplinar que realiza pesquisas e sistematiza dados epidemiológicos; monitora e divulga informações, para subsidiar políticas públicas, sobre a circulação do novo coronavírus e seus impactos sociais em diferentes regiões no Brasil.
Área econômica
Outro nome próximo de confirmação para o ministério de Lula, na pasta do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), é do empresário Josué Gomes. Filho de José Alencar, vice de Lula nos dois mandatos, Gomes esteve com Lula na manhã desta quarta-feira (14). No governo Bolsonaro, o MDIC foi absorvido pelo Ministério da Economia de Paulo Guedes. Assim como o do Planejamento, Orçamento e Gestão, que também voltará a ser desmembrado.
Atualmente, Josué Gomes é presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Seu antecessor, Paulo Skaf – um dos articuladores do golpe contra Dilma Rousseff em 206 – está agora tentando um golpe para destituir Josué da Fiesp. O dono da Coteminas, fundada por Alencar, foi também cotado para dirigir a Petrobras. Mas o senador Jean Paul Prates (PT-RN) é um dos nomes mais fortes para assumir o comando da estatal.
Além disso, a participação feminina ter um reforço anunciado também pelo futuro ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. Maria Laura da Rocha, 67 anos, será a Secretaria Geral do Itamaraty, número 2 da pasta.