Faça uma avaliação desse primeiro mandato como presidente da Federação.
Fazendo uma avaliação bem ampla desse primeiro mandato, foi um ano de desafios. Passamos por várias provações e tivemos a primeira Campanha Salarial numa gestão nova, depois de 40 anos da gestão anterior. Ao meu modo de ver passamos muito bem por todos os desafios.
O que prevaleceu foi a união entre os Sindicatos e isso foi de fundamental importância. Porque é na união que fortalecemos a nossa luta e partimos para as conquistas. Claro que tivemos adversidades no meio disso tudo, tivemos problemas nas negociações em decorrência da atual situação do país, o momento não favorecia. Mas, apesar de todas essas adversidades, todos os Sindicatos filiados a Federação se mantiveram juntos, proporcionando grandes conquistas e vitórias dentro da Campanha Salarial de 2015.
Faça um balanço da Campanha Salarial de 2015.
A Campanha Salarial foi ótima! Traçamos alguns objetivos e as decisões tomadas durante as negociações foram colegiadas. Nenhuma decisão foi imposta! Além disso, tivemos alguns marcos como o recorde de presença no nosso Encontro dos Papeleiros, a paralisação de 5 empresas no mesmo dia sendo que anteriormente nunca havia acontecido isso. Tudo isso nos fortaleu! Também tivemos o momento da notificação de greve das empresas; os empresários, nesse momento, sentiram toda a força do trabalhador papeleiro do estado de São Paulo. Inclusive, foi nesse momento que começamos a alçar um vôo maior e partirmos para conquistas efetivas. Eu vejo de uma forma muito positiva esse cenário da Campanha Salarial, em especial de 2015.
Durante o ano de 2015, a Federação ampliou a Colônia de Férias. Fale um pouco sobre a reforma e da importância desse espaço de lazer da categoria papeleira.
O trabalhador num contexto geral, nem só o papeleiro, sofre um pouco para poder passear, se divertir, porque o momento não favorece e estamos passando por um momento de crise, primeiramente política e, depois, econômica. Nós mantermos a Colônia de Férias pronta para receber nossos trabalhadores não é uma tarefa fácil. Foi com muito sacrifício, compreensão e sabendo investir o dinheiro que estamos mantendo a Colônia de Férias pronta para receber nossos trabalhadores. Inclusive, nada mais justo! A Colônia de Férias é deles (trabalhadores (as))! E tem que estar limpa, organizada, com tudo funcionando e pronta para recebê-los. Até porque o trabalhador tem um período muito curto para usufruir da Colônia. Então, a Colônia de Férias é a nossa menina dos olhos. Por isso, ela tem que ser muito bem cuidada, as manutenções têm que ser bem feitas, as bras têm que ser executadas. Porque a Colônia de Férias é um direito do trabalhador e é um dever nosso administrá-la.
Em 2015, a Federação promoveu o 1º módulo do curso de formação sindical. Como será a continuidade desses cursos em 2016?
O nosso trabalho vai continuar! Isso é algo que não pode parar. Acho que a reciclagem, a preparação, a qualificação do dirigente sindical é sempre ótima. Prepará-los para estar dentro da empresa, para o contato com o trabalhador, principalmente o dirigente de base, é essencial.
O fortalecimento do movimento sindical começa nas bases, com tratamento dispensado aos diretores sindicais. O Sindicato tem a obrigação de fazer isso. Você tem que preparar o seu dirigente de base para estar em contato com o trabalhador. Até porque eles são a nossa linha de frente. Os presidentes dos sindicatos também precisam dessa reciclagem, porque são eles que participam diretamente das negociações. Os patrões se preparam muito bem para as negociações. Por isso, é essencial a preparação do dirigente sindical para estar numa mesa de negociação, em como se portar, como conversar, como responder… Isso é obrigação da Federação e vamos continuar com os módulos, preparando e qualificando nossos dirigentes para o dia a dia deles.
Vocês também ampliaram o número de filiados à Federação em 2015?
Tivemos a filiação, se não estou enganado, de cinco Sindicatos novos. Isso demonstra, primeiramente, a confiança demonstrada na nossa gestão. Encaro isso como muito positivo. Fortalece os músculos da Federação! Sindicatos importantes filiados a CUT, a Força Sindical, a Nova Central… Vejo isso com muito bons olhos, além de fortalecer e fazer a entidade crescer. Então, só temos benefícios nisso e aumenta nossa confiança para estarmos negociando. Quando olho para trás e vejo meus companheiros e amigos do meu lado, com certeza nos tornamos mais fortes, mais centralizados e confiantes para negociar, principalmente, na Campanha Salarial.
Como um dos membros do Conselho do SEPACO, qual a sua avaliação do serviço prestado por eles?
Eu vejo o SEPACO como um eterno problema. Quando você se propõe a prestar serviços, dificilmente se consegue agradar a todos. A prática leva a excelência. Então, quando o SEPACO abre para escutar o que temos para falar, para corrigir possíveis erros, eu acho ótimo.
O SEPACO é do trabalhador! Foi com o dinheiro do trabalhador que o ele foi construído. Eu tenho minha participação lá, assim como todos os 77.000 mil trabalhadores também tem. Então, é obrigação do SEPACO atender bem.
Porém, como eu disse no começo da resposta, quando se presta um serviço é muito difícil alcançar a excelência. Sempre vamos ter algum tipo de reclamação. Como Conselheiro, escuto essas reclamações e levo até a ouvidoria do SEPACO. Assim, com o passar do tempo vamos diminuindo o número de problemas e melhorando sempre no atendimento. A questão é procurar a melhora constante para poder atingir a excelência!
Para encerrar, o que o presidente da Federação espera para 2016?
Olha, ainda não sabemos como serão as coisas para 2016, não sabemos se teremos um impeachment da Dilma… se ela fica ou se ela sai. O fato é que precisa acontecer algo de bom para nossa economia aquecer, para as empresas voltarem a produzir e os trabalhadores terem uma garantia de serviço.
Os nossos trabalhadores (falando agora da categoria papeleira) estão vivendo “um fantasma” da demissão. Então, o cara não consegue trabalhar, não leva tranquilidade para casa, vive um constante medo de ser demitido e as empresas, por sua vez, estão realmente demitindo porque não conseguem produzir. Espero que essa situação se resolva! Para que haja uma melhora na economia, com isso ocorra uma melhora nas indústrias, para que nossa categoria seja fortalecida.
Portanto, a minha esperança é que melhore! Assim, as empresas vão voltar a produzir e os trabalhadores que foram demitidos sejam readmitidos.