Em 12 meses, aumento chega perto de 30%. Dieese calcula o salário mínimo necessário em R$ 5.518,79, cinco vezes o valor oficial
São Paulo – O custo médio da cesta básica, que segue sua tendência de alta, aumentou no mês passado em 15 das 17 capitais pesquisadas pelo Dieese. No acumulado do ano, os preços sobem em 14 cidades. Em 12 meses, a cesta subiu em todas, com aumentos próximos dos 30%.
Apenas em julho, as maiores altas foram registradas em Fortaleza (3,92%), Campo Grande (3,89%), Aracaju (3,71%), Belo Horizonte (3,29%) e Salvador (3,27%). As únicas quedas foram apuradas em João Pessoa (-0,70%) e Brasília (-0,45%).
De janeiro a julho, o preço médio caiu apenas em Belo Horizonte, Brasília e Goiânia. No acumulado em 12 meses, as altas vão de 11,81% (Recife) a 29,42% (Brasília), atingindo 28,50% em Porto Alegre. Na capital paulista, 22,06%. No Rio de Janeiro, 22,86%.
Salário mínimo
Segundo o Dieese, a cesta mais cara em julho foi a de Porto Alegre (R$ 656,92), seguida pelas de Florianópolis (R$ 654,43) e São Paulo (R$ 640,51). As de menor custo foram as de Salvador (R$ 482,58) e Recife (R$ 487,60). Com base na mais cara, o instituto calculou em R$ 5.518,79 o salário mínimo necessário para as despesas básicas de um trabalho e sua família. Ou 5,02 vezes o atual piso nacional, que é de R$ 1.100. Essa proporção era de 4,93 vezes em junho.
O tempo médio para adquirir os produtos da cesta subi para 113 horas e 19 minutos, quase duas a mais. E o trabalhador remunerado pelo mínimo comprometeu 55,68% de sua renda líquida para adquirir esses produtos (54,79% no mês anterior).
De acordo com a pesquisa, açúcar, café em pó e tomate aumentaram em 15 capitais, das 17 pesquisadas. O preço do leite integral subiu em 14 e o da manteiga, em 12. Já o o arroz diminuiu também em 14 cidades.
Fonte: Vitor Nuzzi, da RBA