Recuperação será às custas de muitas perdas ao trabalhador

Com a presidente do Brasil afastada, nos resta aguardar pelo início de uma mobilização que poderá levar o país a um patamar diferente do que temos vivido. Não havia mais condição de governabilidade para Dilma, que ainda enfrentará um processo para, só depois, se for condenada pelo crime de responsabilidade, ter o mandato cassado.

Por outro lado, também vejo com muita cautela o governo que se instala, de Michel Temer, que já monta sua equipe há algum tempo. Até aqui, o que vimos foi uma luta de vaidade desenfreada para alcançar o poder.

Não consegui enxergar ninguém, de fato, preocupado com o país. Vejam quantas indústrias fecharam as portas. Tudo devido a uma política econômica que não deu o menor suporte. Sofremos hoje as consequ~encias e, por ora, não vejo perspectivas de melhora rápida.

O Brasil foi lesado de forma irreversível.Acredito que levará um bom tempo para começar a se restabelecer. E a recuperação, não tenho a menor dúvida, será às custas de muita perda para o trabalhador, ainda mais.

Acredito nas reformas trabalhistas. Elas deverão acontecer, mas não as mais almejadas, as que beneficiam diretamente o trabalhador. Será um tempo de muita luta. No que depender das entidades que representam os trabalhadores, também não tenho dúvidas que farão de tudo para garantir os direitos já estabelecidos. Esse é o compromisso da nossa categoria. Mas, mais do que nunca,. precisamos da união de todos.

Sobre isso, discursou o ex presidente do Uruguai José Pepe Mujica em congresso da Central Sindical das Américas em abril. Ele defendeu que o movimento sindical não perca de vista a necessidade de se manter politizado para manter as conquistas dos últimos 50 anos, e ir além delas.

Achei muito pertinente o que ele lembrou, de que os sindicatos devem ser totalmente independentes, mas devem ter visão política, porque política é o que proporciona a luta pela justiça social. Uma coisa é ser independente dos partidos, outra é ser independente da política.

Os sindicatos continuam a desempenhar papel de advogado natural dos trabalhadores. “Virá um governo que porá a culpa nos outros. A culpa é sempre dos que estavam antes”, disse o ex-presidente, com quem eu concordo plenamente.

Vamos em frente!

Abraços;

Betinho

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